Friday 12 November 2010

Housing Project «Bairro do Pontal» Portimão, Portugal . 2005

Project done for Miguel Arruda Arquitectos Associados



Localização: Portimão, Portugal   /   Projecto: 2002 - 2005

Previsto ocupar uma área correspondente a um antigo bairro operário degradado que a câmara municipal pretende demolir, esta intervenção pressupôs uma estratégia de implementação da proposta faseada no tempo por forma a realojar gradualmente a população no mesmo local. Quanto ao projecto urbano, em termos conceptuais, este caracterizou-se pela proposta de construção na periferia da área de intervenção de um conjunto de edifícios de habitação colectiva que servirão para realojar os residentes numa primeira fase. Posteriormente, numa fase final, demolir-se-à o miolo do bairro. Em sua substituição, propôs-se a construção de um conjunto de habitações “bi-familiares” que, pelas suas características conceptuais, forma como se relacionam entre si e forma aparentemente “solta” e aleatória como se implantam sobre um terreno totalmente ajardinado, visam imprimir uma nova dinâmica de bairro. Nestas circunstancias, a ideia consistiu em se criar uma moradia que pudesse ser partilhada por duas famílias, apostando na reinterpretação de duas das características espaciais familiares à arquitectura do sul do país, o pátio e a açoteia, de forma a “forçar” o relacionamento entre ambas e em ultima análise entre toda a vizinhança. Na pratica o projecto caracterizou-se pela sobreposição de um T2 a um T1 tipologicamente abertos e de circulação fluida que se desenvolvem em torno de um pátio, partilhando a mesma cobertura, o “ponto de encontro”. Partindo formalmente de um volume de implantação quadrada ao qual se extraiu da sua matéria o espaço vazio (o pátio), correspondente a duas unidades volumétricas que virtualmente se “recolocaram” em duas das fachadas com o objectivo de estender espacialmente a sala, um dos quartos do T2 e que tomaram a forma de duas “bocas de trombone” direccionadas para o exterior, a construção apresenta-se globalmente como uma entidade geométrica abstracta. Sobre a zona comum da entrada, uma caixa em vidro correspondente a uma zona de refeições, intercepta o edifício, constituindo-se na noite como uma “luz de presença”.

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