Wednesday, 1 December 2010

Family Tomb in the Açor Mountains, Portugal . 2009

Personal Project  -  Built 
  
» published on www.e-architect.co.uk  /  www.archdaily.com  /  www.dezeen.com

















“It’s a pleasing irony that the spatial void at the tomb’s heart should speak at once so clearly of absence and loss, and of the possibility of it being filled with the living.”  (Simon Cowell, Architonic)


Localização: Monte Frio (Arganil), Portugal   /   Projecto: 2006   /   Construção: 2007 - 2009

“...um jazigo é uma prisão, mas também um “monumentum”, isto é, um objecto que mantém viva a memória ou a recordação de um ausente... e só os monumentos são arquitectura... o resto dos edifícios são simples construções para seres efémeros, produtos técnicos ou artesanais, não “obras técnicas”, criações verdadeiras, iluminadas ou inspiradas...”
Adolf Loos





















Conceito: Vazio Sepulcral

O conceito por trás deste projecto consistiu na criação de um objecto arquitectónico simples, contido e de aparência minimal que, para além de conter o programa base apresentado pelo cliente (capacidade para 8 urnas), desempenhasse condignamente a sua função enquanto “objecto de tributo à memória” e se integrasse harmoniozamente no cemitério, interagindo de forma directa com a impressionante  envolvente paisagem de montanha (sem obstaculização do sistema de vistas), por enquadramento literal desta, com o intuito de aproveitar o momento de tranquilidade proporcionado pela sua contemplação como veiculo de transmissão e comunicação transcendental entre “presentes” e “ausentes”...
Na abordagem a este conceito entrou-se em linha de conta com 2 momentos específicos de utilização do jazigo: durante o cerimonial funerário, como se processará o respectivo ritual, o manuzeamento da urna, no fundo, a “despedida” e durante uma visita esporádica de um familiar ou amigo ao local, como criar as condições ideais para um confortável recolhimento espiritual?
A consequência foi a criação no próprio interior do jazigo de um espaço aberto ao exterior, acessível por todos, equipado com um banco, que tanto serve como tal, como superfície para colocação da urna durante o referido ritual funerário, no fundo, a criação de um “vazio espacial” contemplativo, que preenche o “vazio emocional” provocado por um sentimento de perca e que, em resumo, se pode traduzir neste conceito abstracto de “Vazio Sepulcral”...
Formalmente, o jazigo apresenta-se como um volume paralelipédico simples que aparenta tranquilamente levitar sobre o terreno, revestido no exterior por um ripado de pedra de granito preto amaciado e no interior, em todas as superficies, a aço inox escovado, num claro contraste e dicotomia matérica entre a respectiva “casca“ e o “conteudo“. No interior, pormenores como uma cruz rasgada no tecto e um depósito para flores incoporado no banco reforçam a evidente carga simbólica deste objecto.


Processo Construtivo

A ideia por detrás do processo de construção do jazigo consistiu na total assemblagem da respectiva estrutura metálica em fabrica, formada por perfis, tubulares e varões em aço (bem como todas as superficies em aço inox), com o objectivo de se asseguar à partida um maior rigor na sua execução. Posteriormente, esta estrutura foi colocada num camião e transportada desde a serralharia até ao cemitério, sendo de seguida implantada no local previsto (sobre um plint de betão construido in-situ) com recurso a uma grua. Por fim, esta estrutura foi betonada (lajes e paredes laterais) e o revestimento de pedra acima mencionado pode finalmente ser assente.

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Tuesday, 30 November 2010

Competition «Interventions in the City», Duque do Cadaval Square, Lisbon, Portugal . 2007

Competition promoted by the Lisbon's International Architecture Triennale 2007

Personal Project *  -  1st Prize  (published, exhibited on site and presented in conference)



















Localização: Lisboa, Portugal   /   Projecto: 2007

Enquadramento / Objectivos e Tema do Concurso

O Concurso Público de Ideias Intervenções na Cidade teve como objectivo incentivar um debate alargado sobre espaços urbanos de Lisboa com potencialidade de serem requalificados em benefício de um uso público ou de carácter colectivo e incentivou arquitectos e cidadãos a apresentar propostas para a cidade, contribuindo, deste modo, para uma reflexão participativa no âmbito do seu ordenamento. Sendo este um concurso de ideias, apesar de não ter havido qualquer compromisso relativo à concretização das propostas apresentadas, propôs-se realizar in-situ uma exposição das mesmas, enfatizando o diálogo entre arquitectos, habitantes, poder autárquico e investidores privados e uma posterior aprentação publica. Este concurso teve como tema os Vazios Urbanos – tema geral da Trienal de Arquitectura de Lisboa 2007. Neste contexto, entendeu-se como Vazios Urbanos, espaços a preencher ou a conquistar procurando um reflexão dualista entre construir ou destruir construindo, espaços transaccionais que, no interior da cidade, aguardam pacientemente por uma requalificação, espaços que estejam desprezados, espaços que potenciem a deriva, a descoberta, a construção de momentos capazes de alterar a rotina do quotidiano, espaços cheios, construídos, vazios de alma e sentido, expectantes por intervenção.


















Proposta Largo Duque do Cadaval, um Espaço Vazio de Referência

A proposta visa se enquadrar no Plano de Reabilitação da Baixa Pombalina, enquanto contributo para a discussão pública em torno do mesmo, em particular nos motivos pelos quais este espaço, com caracteristicas unicas na cidade, não se encontra incluido em qualquer das suas respectivas Unidades Operativas de Reabilitação (UOR)... (?)
O Largo do Duque do Cadaval, ainda que situado no coração da Baixa (na confluência de 6 importantes praças, cada uma delas com o seu edifício ou monumento referência há muito que caiu no “vazio do esquecimento”... É um espaço de transição, de passagem, desprezado, não referênciado, frequentado essencialmente por turistas que utilizam a Calçada do Duque nas suas deslocações entre o Bairro Alto e o Rossio... Praticamente niguém o conhece ou se lembra que o mesmo existe... No entanto, enquanto “espaço de opurtunidade” para o desenvolvimento de uma proposta de intervenção na cidade, o seu potêncial é enorme: Localização preveligiada no contexto da cidade, vistas unicas para o Castelo e Rossio, existência no local da Estação de Comboios do Rossio, proximidade a 2 estações de metro... A solução, contemplada nesta proposta, passa então pela colocação nesta praça de um equipamento que se afirme tanto no contexto local da Baixa como da cidade, que seja motivo de paragem, de deslocação propositada, que atraia pessoas a este espaço e que utilize o potêncial das vistas unicas sobre a cidade como “isco”... No fundo, o que este espaço necessita é de um edifício marcante que preencha no sentido metafórico este espaço Vazio de Referência...



















Neste sentido, como sujestão, o que se propôs em termos conceptuais foi um Edificio Praça, um edificio cuja cobertura seria visitavel e se transformaria numa praça com um anfiteatro ao ar livre, possibilitando, além da extenção do espaço publico do largo onde se insere até uma cota mais elevada, por forma a se tirar partido do fenomenal sistema de vistas, a realização de todo o tipo de eventos no local, imprimindo uma nova dinâmica vivêncial a este pedaço de cidade esquecido...

























Comentário do Juri do Concurso

«... o poder da arquitectura como regenerador de referências, mesmo em território ferido pelas contingências do abandono funcional. A proposta é um curioso exercício sobre as possibilidades da arquitectura como suporte ao inesperado, motivo de regeneração dos sentidos e das vivências do tecido fino que constrói a cidade.»

* Projecto em parceria com o Arquitecto Pedro Alexandre Pereira

Competition Europan 7, Montijo, Portugal . 2003

Personal Project *

























Localização: Montijo, Portugal   /   Projecto: 2003

Proposta All Arround the Clock with a Cherry on Top

Tendo como pano de fundo o tema lançado a concurso da “Intensidade Urbana e Diversidade Residencial”, a proposta em termos conceptuais centrou-se na ideia abstracta de como lidar com o aspecto “tempo vs espaço” por forma a se intervir neste pedaço de cidade, entendido como algo mutável, complexo, com intervenientes e necessidades  diversas, e que deve ser vivido 24 horas sobre 24 horas O objectivo: promover ou “forçar a interacção entre as pessoas e entre estas e o sitio, “all arround the clock”... Neste sentido, a intervenção passou pela proposta de construção de 3 edifícios multifuncionais que misturam um conjunto de actividades e usos complementares no tempo, com características diferenciadas mas com 2 aspectos em comum: a utilização de uma estrutura modular tridimensional (celular) que garante a unidade, mas que manipulada organicamente permite que o processo de criação de cidade se desenrole de uma forma faseada, de acordo com as necessidades, por adição ou subtracção, e o uso intensivo das coberturas, tirando partido das condições do local e da relação com o Rio Tejo. Estas 3 “mega-estruturas”, entendidas como meros exemplos do que poderia surgir deste sistema de gestão de cidade, têm a particularidade de possuírem equipamentos desportivos e “pontos de encontro” nas respectivas coberturas que os tornam identificáveis e diferenciaveis... o “cherry on top”...


























Edificio Multifuncional C

De acordo com programa de concurso este edifício destina-se a uma camada da população jovem e prevê uma mistura e complementaridade de usos total, que inclui habitação, estacionamento, lojas, escritórios, equipamentos desportivos e espaços verdes. Independentemente das horas do dia ou dos dias da semana pretende-se que o “espaço-edifício” esteja sempre, enquanto organismo “vivo”, a ser intensamente utilizado por toda a população, valorizando a sua relação de proximidade com o rio e a utilização de todos os espaços de cobertura para usos variados. Tendo como objectivo o “estabelecimento de relações de grupo”, o edifício foi então esculpido modularmente de forma a configurar no seu interior a vários níveis 5 espaços (A, B, C, D, E) e/ou paisagens interiores que criam relações endógenas e exógenas com a envolvente, variando desde do 100% publico (C e E) ao 100% privado (A, B e D) e 3 “pontos de encontro” identificáveis (1, 2 e 3) um jardim / esplanada no 1º nível, um campo de basket no 2º e um jogo de xadrez marcado no pavimento do 3º. Previu-se igualmente uma construção faseada por demolição hipotética no futuro da construção existente no lado norte. 
       













Tipologias

As tipologias propostas, formadas por T1 e T2 para jovens (de acordo com o programa de concurso), prevêem a definição, consoante as pretensões e necessidades dos futuros habitantes, com “backgrounds” sociais, culturais e familiares distintos, de um layout interno por colocação livre sobre planta aberta de 3 módulos de equipamento de habitação pré-fabricados; 1 modulo de casa de banho, 1 de cozinha e 1 de arrumos. Pela forma como que se conjugam entre si, 3 espaços distintos são definidos, sala, quarto(s) e cozinha, dispensando virtualmente o uso de paramentos fixos. Esta relação de espaço vazio / módulos possibilita virtualmente infinitas soluções de layout interno,  flexibilização da modulação do espaço, adaptabilidade do mesmo na sua relação com o tempo, fluidez e eliminação de circulações internas (corredores). Todos os apartamentos, que variam entre tipologias de um só piso, duplexs e triplexs, têm sempre espaços exteriores agregados por aproveitamento das coberturas, 100% privados ou comuns, incentivando as relações de vizinhança e permitindo o contacto directo com rio.

* Projecto em parceria com os Arquitectos Daniel Valente, Miguel Gaspar e João Carrasco

Monday, 29 November 2010

2 Twin-Houses in Alfragide, Portugal . 2002

Personal Project

Localização: Alfragide, Portugal   /   Projecto: 2002

Previsto para um terreno com um declive acentuado, localizado um bairro de moradias unifamiliares da periferia de Lisboa, esta proposta desenvolveu-se por contraposição a um projecto anterior (da autoria de outro arquitecto), previsto para o mesmo lote e que apresentava um serie de aspectos negativos, nomeadamente o facto da moradia geminada norte prevista não ter exposição solar vinda de Sul, a preferencial. Nestas circunstâncias, a “nova proposta” teve como ponto de partida o pressuposto inverso, isto é, a pretensão de se conseguir obter duas moradias geminadas em que ambas tivessem uma exposição solar franca, orientada a Sul, num terreno em que o arruamento e a hierarquização de fachadas pressupunha uma orientação inversa Este-Oeste. Por conseguinte, o projecto evoluiu no sentido de se criarem “vazios” entre as duas habitações, que posteriormente tomaram a forma de pátios e terraços, em torno do quais ambas as habitações se articulavam e que permitiam entrada de luz nos vários pisos. Interiormente privilegiou-se uma circulação fluida e a comunicação visual entre os vários pisos, nomeadamente entre a sala e o escritório por intermédio do uso de uma mezanine. O acesso à garagem e à entrada, que se processa ao nivel do piso intermédio, é directo enquanto no lado oposto do terreno, mais intimista, colocaram-se as piscinas... Infelizmente, este projecto nunca a «ir para a frente» pois a dada altura o cliente, apesar de ter ficado agradado com a solução, mudou de ideias e resolveu vender o terreno a terceiros, sem nunca construir nada...

Fashion Exhibition in Madrid, Spain . 2000

Personal Project *



Localização: Madrid, Espanha   /   Projecto: 2000

Integrado numa intensa campanha institucional impulsionada pelo ICEP em Madrid, que visava promover a imagem cultural, empresarial e tecnológica de Portugal, esta exposição de moda bastante ecléctica em termos de conteúdo (pois expunha-se desde de jóias a bordados, vestuário, trajes populares, design, etc...)  teve lugar num espaço encerrado, uma antiga loja localizada dentro de um centro comercial do centro de Madrid. Dado o facto de este espaço ser bastante exíguo, caracterizado por possuir um pé direito baixo e uma só possibilidade de ingresso, o esquema desta exposição baseou-se numa circulação em “U” impositiva no qual o visitante era induzido a percorrer sequencialmente todos os 7 núcleos temáticos que a compunham, por intermédio da colocação da maior parte dos suportes expositivos no centro do mesmo. Cada núcleo foi tratado e projectado de acordo com o respectivo tema, o que se reflectiu no uso de diferentes cores e materiais nas diferentes superfícies, constituídas na sua maioria de painéis de MDF pintado, suportados por uma estrutura de madeira, vidro despolido ou fibra de coco (usada no pavimento e na superfície curva do núcleo do traje popular). Foram projectados também vários suportes expositivos soltos, de entre os quais se destaca os módulos de exposição dos designers de moda que se implantavam livremente no respectivo núcleo, revestidos a policarbonato alvelolar e o balcão da recepção, ambos iluminados interiormente por luzes fluorescentes brancas.

* Projecto em parceria com os Arquitectos Miguel Arruda e Daniel Valente

Sunday, 21 November 2010

Competition for the Partial Refurbishment of the Macau International Airport (China) . 2010

Project done for AETEC-Mo Arquitectura  -  1st Prize




















Localização: Macau, China   /   Projecto: 2009 - 2010

Segundo o programa inicial de concurso as propostas a apresentar deveriam se concentrar na remodelação de apenas  alguns espaços do aeroporto, tendo em conta dois objectivos principais que deveriam unificar toda a intervenção: o «Greening» do aeroporto (numa prespectiva ecológica e de sustentabilidade) e o reforço da identidade histórica e cultural Macau, por exposição neste equipamento do respectivo e mais relevante património arquitéctonico (declarado «World Eritage» pela Unesco em 2005). Neste sentido, a nossa proposta assentou no essencial em 2 vertentes: o revestimento de todos os pilares em betão existentes por «paredes vegetais vivas», por forma a se minimizar o impacto da presença destes numerosos, esmagadores e sobredimensionados elementos estruturais, que marcam pela negativa todo o respectivo interior, e a sujestão de um «Cultural Walk», um percurso situado no «lado ar» e que atravessa de um extremo ao outro as várias zonas de espera, situadas junto às portas de embarque, marcado por um conjunto de elementos em forma de «boomerang» e que integram em si mesmos bancos e floreiras. Este percurso, revestido a madeira (tal como os «boomerangs»), de forma a quebrar a frieza da actual excessiva profusão de materiais como aço e aluminio, é pontualmente marcado por esculturas (da autoria de artistas locais), espaços de exposições temporárias e pequenos cafés-esplanada. Junto à fachada, ao longo deste precurso, uma tela mircroperfurada apresenta impressas imagens do património de Macau, dispostas por ordem cronológica... Actualmente, devido a contingências orcamentais e de ordem vária, este projecto tem vindo a ser substancialmente alterado e adulterado...

Japanese Restaurant in the Taipa Island, Macau (China) . 2010

Project done for AETEC-Mo Arquitectura














Localização: Macau, China   /   Projecto: 2009 - 2010

Pensado para um cliente Japonês, a abordagem a este projecto, previsto para um espaço extremamente exiguo (muito estreito e longo) mas de pé direito alto, passou por duas ideias base: o aproveitamento ao maximo da respectiva espacialidade, por introdução num segundo nivel de uma mezzanine, um «Kok Chai», em chinês, (elemento arquitéctonico caracteristico das tradicionais lojas chinesas de Macau), por forma a se aumentar a área do restaurante e a incorporação no projecto de elementos, devidamente reintrepertados e adaptados a uma linguagem contemporânea, da arquitectura tradicional japonesa, caracterizada pela sua extrema simplicidade e atenção ao detalhe. Este ultimo aspecto reflectiu-se na escolha de materiais naturais como sejam a madeira, a pedra e cores suaves «terra», bem como na colocação de um pequeno «Jardim Zen» na cobertura do volume da casa de banho.

Exhibition Stand of the «ACIML» for the «Dynamic Macau 2010 Fair» in Beijing, China . 2009

Project done for AETEC-Mo Arquitectura
















Localização: Pequim, China   /   Projecto: 2009

O conceito arquitéctonico deste stand, representativo da Comunidade dos Paises de Lingua Portuguesa nesta feira de caracter eminentemente empresarial, passou pelo estudo de uma estrutura de facil assemblagem e que ao mesmo tempo servisse como fachada e revestimento do próprio pavilhão que, segundo o programa incial deveria servir de contentor a 8 espaços ocupados por cada um dos paises pertencentes a esta comunidade, um balcão de recepção comum e uma área lounge. O resultado a que se chegou foi uma pavilhão formado por uma estrutura entre-cruzada de barrotes de madeira colocados no pavimento, paredes e tecto (que serviu de suporte à área lounge localizada num segundo nivel), valorizado pela imagem abstracta e «força» da sua inusitada simplicidade construtiva.

Friday, 19 November 2010

Competition for an Elderly Care Home in Madeira, Portugal . 2008

Project done for Arqwork

 
Localização: Ilha da Madeira, Portugal   /   Projecto: 2008

 1 . Conceito Abstracto (objectivos): «Lar Doce Lar» é um conceito abstracto com pretensão de alterar a imagem padronizada de um Lar de Idosos enquanto espaço estanque, taciturno e impessoal, reduzido a mero “depósito” de pessoas idosas, muitas vezes encaradas como indivíduos inválidos, infelizes, inactivos e esquecidos pela sociedade. Propõe-se como objectivo inverter esta lógica, propondo um edifício que, pelas suas características flexíveis, espaciais e funcionais, se desenvolve em torno de diversas áreas exteriores e em que se evitam ao máximo espaços fechados e longos corredores “hospitalares”, promovendo o salutar convívio informal entre os idosos residentes, não residentes e a comunidade local em geral. Adicionalmente, potenciam-se actividades de carácter sócio-cultural e tira-se partido das características únicas que o local nos oferece, nomeadamente a relação quase imperativa com a paisagem envolvente. Idealmente os utilizadores apropriar-se-ão deste edifício, sentir-se-ão na sua própria casa e identificarão este Lar como o seu “Lar Doce Lar”.

2 . Conceito Arquitéctonico (proposta):

A . Terreno Existente . Poligono irregular de terreno, com uma topografia ascendente algo acentuada no sentido sul-norte, coberto por vinhas que, na medida do possivel, se pretende manter e valorizar, rematado no seu topo norte por uma escarpa com vista sobre o mar, situada a 277 m de altitude.
B . Criação de Plataforma Verde . Criação de uma “Plataforma Verde” de nivel a partir da cota 272, que subvidide o terreno em 2 áreas distintas, destacada dos seus limites, ambas cobertas de materia vegetal: área de vinhas existentes no topo norte, área ajardinada no topo sul (que serve de zona de intreposição entre o arruamento previsto e o Lar).
C . Subtração de um Pátio Central . Subtração virtual de um pátio poligonal, situado em piso terreo, em torno do qual se hieraquizam as áreas programáticas da valência de “Centro de Dia” partilhadas com idosos não residentes) e com uma fachada perimetral em vidro “aberta” tanto à paisagem envolvente  como à comunidade.
D . Sobreposição de Volume Quartos . Colocação virtual sobre esta “Plataforma verde”, num 2º nivel, de um volume mais “fechado”, formado por 3 corpos, adaptado planimetrica e altimetricamente à topografia existente, por forma a conter a área dos quartos, todos com acesso a uma área ajardinada exterior situada sobre uma cobertura ou sobre o terreno.

Thursday, 18 November 2010

Singular House «Casa Soady», Foz do Arelho, Portugal . 2008 *

* In partnership with the office Feldman Architecture, San Francisco / USA http://www.feldmanarchitecture.com/

Project done for Arqwork


Localização: Foz do Arelho, Portugal   /   Projecto: 2008

Designada pelo atelier americano com o qual trabalhamos em parceira (eles responsáveis pelo Concept Design e nós pelos projectos de licenciamento, execução e posterior acompanhamento de obra) por Casa Onda, esta habitação localiza-se numa área montanhosa com vista para o mar e destinou-se a uma família britânica que, na altura, se tinha recentemente mudado para Portugal, vindos de Barcelona. Esta designação deveu-se tanto pelo facto de a sua principal característica serem as múltiplas esculturais e curvas coberturas em betão armado, desenhadas para captar luz natural adicional, como pelo facto de se localizar junto a um dos mais importantes surf spots da Europa.
A casa foi divida numa serie de plataformas e volumes que se cruzam  e interceptam, e que se adaptam ao terreno de topografia acentuada, formando uma serie de pátios e entradas de luz natural. Estas plataformas subdividem a casa em 3 alas: espaços comuns, espaços dormitório e uma flexível ala, situada junto à piscina, que servirá tanto como estúdio ou escritório como quarto de hóspedes. Com preocupações ecológicas e de sustentabilidade claras (que se reflectem, entre outros, no uso de coberturas ajardinadas, painéis solares e por um sistemas de captação de águas pluviais) nesta casa contrastam e convivem uma serie de materiais, nomeadamente: vidro, aço, betão armado, painéis e ripados de madeira, pedra natural e aço corten.